Mais de 400 ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores – edição 2017

typical workflow

Em um esforço contínuo para traçar a mudança do panorama da comunicação acadêmica e científica, cientistas da Universidade de Utrecht, Holanda, realizaram um levantamento entre os pesquisadores [1] em 2015, tendo como foco o uso de ferramentas de gestão de pesquisa. Na edição de 2015, foram elencadas 101 ferramentas/sites de gestão das atividades de pesquisa – apenas aquelas que representavam uma inovação – a partir do questionário aplicado a mais de 20 mil pesquisadores de cerca de 100 organizações (universidades e editores). Desde então, os resultados foram apresentados em diversas conferências e webinars.

Em 2016/2017, os autores da pesquisa continuaram suas análises e aprimoramentos: atualizaram o site, traduziram as informações para seis idiomas e disponibilizaram a lista completa de mais de 400 ferramentas/sites de gestão de pesquisa, além de ferramentas de interoperabilidade, uma lista que não se restringiu ao critério da inovação e foi organizada de acordo com os fluxos de trabalho e fases da atividade de pesquisa. 

Preparação (Preparation), Descoberta (Discovery), Análise (Analysis), Escrita (Writing), Publicação (Publication), Divulgação (Outreach) e Avaliação (Assessment) são componentes do fluxo de atividades do pesquisador/autor e há várias ferramentas gratuitas (e outras pagas) relacionadas à gestão das atividades de pesquisa. Confira o uso das ferramentas e os links em cada fase da pesquisa. Ao final, é apresentado um resumo das principais tendências, expectativas, incertezas, oportunidades e desafios para a gestão das atividades de pesquisa.   

101_Tools

A seguir, algumas das ferramentas/sites mais votadas pelos pesquisadores são apresentadas, de acordo com a fase do ciclo de pesquisa. Veja a seleção aqui ou consulte a Lista completa das ferramentas/sites de gestão de pesquisa

research phases

== PREPARAÇÃO (PREPARATION) ==

Preparation phase

== DESCOBERTA (DISCOVERY) ==

Discovery_double

== ANÁLISE (ANALYSIS) ==

Analysis_double

== ESCRITA (WRITING) ==

Writing_double

== PUBLICAÇÃO (PUBLICATION) ==

Pubication_double

== DIVULGAÇÃO/VALORIZAÇÃO (OUTREACH/VALORIZATION) ==

Outreach_double

== AVALIAÇÃO (ASSESSMENT) ==

Assessment_double

== PERFIS DOS PESQUISADORES ==

De acordo com a pesquisa realizada, exemplos típicos de fluxo de trabalho de pesquisa vão do Tradicional, Moderno, Inovador, Experimental, Google ao NPG/Macmillan, dependendo do perfil do pesquisador. De 2015 a 2016, esses perfis se mantiveram e foram adicionados o perfil Google e o perfil NPG/Macmillan. Para detalhes e links destas ferramentas, consultar o artigo “Ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores” ou o website da pesquisa. 

== RESUMO == 

Distintas ferramentas de gestão de pesquisa podem ser utilizadas em cada fase da pesquisa para buscar informações ou descobrir oportunidades, comunicar, identificar-se e estabelecer networking, colaborar, discutir, organizar, publicar, visualizar, divulgar, revisar, preservar e mensurar o impacto da produção de pesquisa de maneira eficaz. Constantemente, novas ferramentas estão sendo desenvolvidas pelos próprios pesquisadores, pequenas empresas ou grandes players, conforme refletido na lista atualizada. Ainda que a oferta seja grande, há demandas não atendidas. 

As mudanças nesse panorama são impulsionadas pela tecnologia, pelas políticas e pela cultura mas, no final, só ocorrem porque os pesquisadores e outras partes interessadas decidem adaptar seus fluxos de trabalho ou recomendar mudanças a outros. Sendo assim, o panorama da comunicação científica e acadêmica é, em grande medida, modificada pelo uso de ferramentas de gestão das atividades e fluxos de pesquisa. Os resultados mais recentes acabam de ser publicados.

O acesso aberto chega com força também nas ferramentas de gestão da pesquisa, estabelecendo fluxos de atividades mais complexos e integrados.

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Como tendência geral, destaca-se o uso de ferramentas de descoberta baseadas em redes sociais, em um ambiente científico direcionado por dados e por uma ciência coletiva. A escrita, cada vez mais será realizada e aprimorada a partir da colaboração online. A tendência de publicação de documentos e dados de pesquisa em acesso aberto veio para ficar. Com relação à divulgação, as redes sociais científicas serão cada vez mais utilizadas, enquanto se fortalece a avaliação e uso de métricas em nível dos artigos.

Em termos de expectativas, espera-se o aumento da importância de ferramentas de descoberta de dados de pesquisa, maior oferta de ferramentas de análise online, maior integração entre a publicação e as ferramentas de avaliação, com maior uso da máxima “publique antes, julgue depois”. Há também uma expectativa de aumento do uso das métricas alternativas e abertura dos processos de avaliação por pares pós-publicação.

Persistem algumas incertezas em relação ao suporte dado à busca de textos completos e à mineração de dados. Também é incerta a disposição geral dos cientistas de compartilharem suas pesquisas na fase das análises e em aceitar a colaboração online na redação. Outra questão que gera insegurança é o efeito dos status das publicações na pesquisa e os requerimentos das agências de fomento e financiadores. Com relação à avaliação, surge a pergunta: quem vai pagar pela avaliação por pares (peer review) e como isso pode afetar o processo de pesquisa como um todo? 

As análises também revelaram oportunidades: a descoberta baseada em textos completos em acesso aberto, a análise apoiada em notas de laboratório abertas, uso de marcação semântica durante a escrita e citação, formatação da publicação do ponto de vista do leitor, uso de repositórios para a visibilidade institucional, utilização de identificadores de autor e de afiliação. 

Desafios: busca semântica (conceitos e relações), reprodutibilidade das pesquisas, gestão da segurança e privacidade da escrita online, globalização do processos de publicação e acesso a padrões, fazer do processo de divulgação uma discussão de mão dupla, aprimorar a qualidade das ferramentas de avaliação.

Desenvolvimentos mais importantes em longo prazo: aprimoramento das bases de dados multidisciplinares baseadas em citações, análise direcionada por dados e pela colaboração, plataformas de escrita online, publicação em acesso aberto.  Com relação à divulgação, mais e melhores perfis (profiles) de pesquisadores devem ser desenvolvidos. Quanto à avaliação, aumenta cada vez mais a importância da relevância social da pesquisa, assim como as contribuições não publicadas. 

Desenvolvimentos potencialmente mais revolucionários: descoberta baseada em busca semântica e recomendações sociais/contextuais, ciência aberta, integração das ferramentas de escrita online e a publicação, contornar o cenário imposto pelos publishers tradicionais, acesso público aos achados científicos, inclusive para configurar uma agenda de pesquisa, superar simples indicadores quantitativos. 

workflow phases

== Notas ==

[1] questionário foi traduzido para seis idiomas e respondido por 20.663 pessoas, entre 10 de maio de 2015 e 10 de fevereiro de 2016, e perguntou sobre o uso de ferramentas em 17 atividades de pesquisa e a posição em relação ao acesso aberto e ciência aberta. Do Brasil, foram 489 respondentes. Os dados demográficos completos da pesquisa também estão disponíveis.

== Referências ==

INNOVATIONS in Scholarly Communication survey – dashboard. Disponível em: <https://101innovations.wordpress.com/tag/dashboard/https://101innovations.wordpress.com/tag/dashboard/> Acesso em: 04 janeiro 2016.

KRAMER, B. ; BOSMAN, J. Innovations in scholarly communication – global survey on research tool usage F1000Research 5:692 – 2016. doi: 10.12688/f1000research.8414.1

DUDZIAK, E.A. Ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores. 2015. Disponível em: <https://www.aguia.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-gratuitas-disponiveis-pesquisadores/> Acesso em: 04 janeiro 2017.

Como citar este post [ABNT/NBR 6023/2002]:

DUDZIAK, E.A. Mais de 400 ferramentas de gestão de pesquisa disponíveis para os pesquisadores – edição 2017. Disponível em: <https://www.aguia.usp.br/?p=9001> Acesso em: DD mês. AAAA.