USP está entre as 20 instituições que mais publicam sobre covid no mundo
Em 2020, foram realizadas 168.546 publicações científicas sobre covid-19. O Brasil, com 4.029 publicações, é responsável por 2,39% da produção mundial, sendo o 11o país que mais publicou. Com 729 publicações, a USP responde por 18,5% da produção brasileira, e é a 16a instituição que mais publicou sobre covid-19 no mundo – Arte de Moisés Dorado/Jornal da USP sobre exemplos de publicações científicas
USP está entre as 20 instituições que mais publicam sobre covid no mundo
Levantamento sobre publicações científicas relacionadas com a covid em todo o mundo mostra a USP na 16ª posição
29/10/2020
Texto: Júlio Bernardes
Arte: Moisés Dorado
As informações fazem parte de um levantamento realizado pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (AGUIA), a pedido da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP a partir das informações da plataforma Dimensions. “É uma base de dados internacional mantida pela Digital Science em parceria com a Springer Nature”, explica Elisabeth Dudziak, da AGUIA. “Ela indexa todas as publicações que possuem o Digital Object Identifier (DOI) da Crossref (número que identifica publicações digitais) ativado, com atualizações diárias”.
Até o último dia 17 de outubro foram produzidas e registradas 168.546 publicações sobre covid-19 no ano de 2020 em todo o mundo. A maior parte das publicações são artigos (132.406) e pre-prints (29.349), que são versões prévias de textos científicos. A plataforma não inclui dissertações e teses. Do total de publicações registradas, 90.961 são sobre ciências médicas e da saúde, 8.850 sobre ciências biológicas e 8.234 sobre sociologia. Os países com maior número de publicações são Estados Unidos (34.129), China (15.990) e Reino Unido (14.724). Com 4.029 publicações, o que representa 2,39% da produção mundial, o Brasil é o 11º pais que publicou trabalhos sobre covid-19, à frente de países como Holanda (2.576 publicações), Suíça (2.556) e Japão (2.351).
Segundo o professor Sylvio Canuto, pró-reitor de Pesquisa da USP, os números da plataforma Dimensions confirmam o bom desempenho da produção científica brasileira no contexto mundial. “No ano passado, um levantamento baseado na plataforma Web of Science mostrou que, entre 2013 e 2018, o Brasil foi o 13º país no mundo que mais publicou artigos científicos e revisões de pesquisa”, aponta. “Neste ano, em um período de oito meses, no que diz respeito à covid-19, os pesquisadores brasileiros conseguiram não só manter como melhorar sua performance.”
Pesquisa brasileira
No Brasil, a plataforma Dimensions registra 4.029 publicações sobre covid-19 em 2020, a maior parte delas artigos (3.542) e preprints (468). A maioria dos trabalhos publicados é das áreas de ciências médicas e da saúde (2.204), ciências biológicas (207) e sociologia (183). Entre as instituições de pesquisa brasileiras, a USP tem a maior produção, com 729 publicações, o que representa 18,5% do total nacional, a maior parte artigos (637) e preprints (88). Na sequência, estão a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com 261 publicações, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com 237 publicações.
Em todo o mundo, a USP é a 16ª instituição com maior número de publicações sobre covid-19, à frente das universidades de Columbia e Yale, nos Estados Unidos, com 727 e 721 publicações, e Cambridge, no Reino Unido, com 628 publicações. As líderes do ranking são as universidades de Harvard (Estados Unidos), com 1.526 publicações, e Oxford (Reino Unido), com 1.229 publicações. A maior parte das publicações da USP se concentra nas áreas de ciências médicas e da saúde (452 publicações), ciências biológicas (43 publicações), sociologia (26 publicações), ciências da computação e informação e engenharia (13 citações cada).
“A USP foi capaz de oferecer uma resposta rápida ao novo desafio representado pela covid-19, pois os grupos de pesquisa rapidamente se reposicionaram para se dedicarem ao enfrentamento da pandemia”, aponta o pró-reitor de Pesquisa. “Dessa forma, a USP apresentou um número robusto de publicações, à frente de instituições tradicionais dos Estudos Unidos e Europa, mantendo o desempenho verificado em avaliações como a do ranking de produção científica do Centro de Estudos em Ciência e Tecnologia (CWTS), da Universidade de Leiden, na Holanda, que em 2019 classificou a USP em oitavo lugar entre 963 universidades de todo o mundo.”
O pró-reitor destaca que apesar do predomínio de estudos nas áreas de ciências biológicas e da saúde, pesquisadores de outras áreas do conhecimento tiveram participação importante na produção científica da USP. “No início da pandemia, a Pró-Reitoria de Pesquisa realizou um levantamento que identificou 200 grupos envolvidos em pesquisas sobre covid-19 na Universidade”, ressalta Canuto. “Além de pesquisas sobre vacinas e reposicionamento de fármacos, houve uma participação importante de pesquisadores de matemática e ciências da computação, desenvolvendo modelos para entender a disseminação da doença, de engenharia, com a produção de respiradores, psicologia e ciências cognitivas, entre outros.”
Entre os pesquisadores residentes no Brasil, o maior número de publicações foi feito por Marta Giovanetti, da Fiocruz, com 26 publicações, e Júlio Henrique Rosa Croda, também da Fiocruz, com 20 publicações. Os dois pesquisadores também lideram em número de citações, com 633 e 475 menções, respectivamente. Os pesquisadores da USP que mais publicaram sobre covid-19 são Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMTSP) e da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com 15 publicações, ocupando a quarta posição entre os cientistas que atuam no Brasil que mais publicaram, e Edison Luiz Durigon, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), com 14 publicações. Em número de citações, os pesquisadores da USP mais mencionados são Marisa Dolhnikoff e Amaro Nunes Duarte Neto, com 169 citações, Thais Mauad, com 165 citações, e Paulo Hilário Nascimento Saldiva, com 163 citações, todos da FMUSP.