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Pesquisadores usam inteligência artificial em tarefas acadêmicas
Ferramentas dão apoio à escrita, fazem cálculos e até ajudam a escolher revisores
Esta é uma reprodução da matéria publicada na Revista Pesquisa Fapesp, Edição 352 de junho de 2025 de autoria de Sarah Schmidt.
O uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa na pesquisa ainda é limitado e se concentra principalmente em tarefas relacionadas à escrita acadêmica, mas há uma percepção majoritária na comunidade científica de que deve se tornar disseminado já nos próximos dois anos, de acordo com um levantamento feito pela editora Wiley, com quase 5 mil pesquisadores de mais de 70 países, entre eles 143 do Brasil (ver infográfico abaixo).
“Há ampla aceitação de que a inteligência artificial vai remodelar o campo da pesquisa”, disse à revista Nature Josh Jarrett, vice-presidente da Wiley e responsável pela área de IA da empresa.
Os entrevistados opinaram se a IA já é capaz de superar os seres humanos em atividades acadêmicas práticas. Mais da metade considerou que a tecnologia produz, sim, resultados melhores do que as pessoas em encargos como mapear possíveis colaboradores, gerar resumos ou conteúdos educacionais a partir de artigos científicos, verificar a existência de plágio em textos, preencher referências bibliográficas ou monitorar a publicação de artigos em áreas determinadas.
Mas, para a maioria dos participantes da pesquisa, os humanos são insubstituíveis em trabalhos como prever tendências, selecionar revistas para publicar artigos, escolher revisores, gerenciar tarefas administrativas e procurar oportunidades de financiamento.
Apesar do interesse crescente, 81% dos entrevistados disseram ter preocupações quanto a possíveis vieses dos resultados, aos riscos à privacidade e à falta de transparência na forma como essas ferramentas são treinadas.
Quase dois terços afirmaram que a falta de orientação e de treinamento os impede de usar a IA tanto quanto gostariam.
“Aqui no Brasil, muitos pesquisadores ainda ficam em dúvida sobre os caminhos éticos para o uso dessas ferramentas e seria importante que órgãos como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [Capes] e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq] criassem diretrizes orientadoras”, afirma o cientista político Rafael Sampaio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um dos autores de um guia com diretrizes sobre o uso ético e responsável de IA generativa na pesquisa científica, lançado em dezembro em parceria com o administrador de empresas Ricardo Limongi, da Universidade Federal de Goiás (UFG), e com Marcelo Sabbatini, especialista em educação digital da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Sampaio utiliza ferramentas de IA em seu trabalho como pesquisador. Um exemplo é uma plataforma do Google, o NotebookLM, que permite ao usuário fazer perguntas sobre temas de pesquisa e obter resumos com base no conteúdo compilado pelo programa. A ferramenta é capaz de “conversar” simultaneamente com até 50 arquivos, como artigos científicos em formatos de PDF, áudio e vídeo – por ora, está disponível gratuitamente.
“Uso esse serviço especialmente quando estou fazendo grandes varreduras, para uma primeira triagem e para selecionar o que vou ler de fato. Também ajuda quando preciso localizar rapidamente algum artigo que já li, mas não me lembro do título ou do autor”, conta. Uma funcionalidade do programa que impressiona os usuários são os resumos em formato de podcast com duas pessoas conversando – tudo gerado por IA – acerca dos arquivos analisados.
O guia reúne e descreve uma série de ferramentas que, a exemplo do NotebookLM, podem ser úteis aos pesquisadores, sempre fazendo a ressalva de que a checagem humana é essencial em todos os processos em que elas forem usadas, colocando a IA como uma assistente. Limongi, coautor do manual, utiliza com frequência dois softwares que ajudam a fazer a revisão da literatura em determinados temas – LitMaps e Scite. Eles permitem carregar um artigo científico em PDF e gerar mapas interativos, mostrando as conexões do trabalho com outros papers, além de mostrar os links e identificar referências precisas para aprimorar a argumentação.
Limongi ressalta que é preciso treinar pesquisadores para que conheçam as limitações das ferramentas e adverte que o uso excessivo e sem um olhar crítico desses softwares pode fazer com que os futuros cientistas atrofiem habilidades essenciais, como fazer leituras complexas e organizar ideias em um texto articulado. “A IA é uma auxiliar, mas o pesquisador é quem planeja e conduz seu estudo. Ele não deve ser um apertador de botão”, reforça. Periódicos científicos não permitem que ferramentas de IA sejam consideradas autoras de trabalhos acadêmicos – o humano é sempre o responsável pelos resultados científicos e pelos textos que elabora com esse auxílio.
A Claude.ai, um chatbot (programa de IA que simula conversas humanas) concorrente do ChatGPT, pode ser útil para gerar estruturas de textos. A plataforma tem sido usada por Sabbatini, da UFPE, para desenvolver a estrutura inicial e revisar textos acadêmicos e de divulgação científica. “Peço sugestões de como abordar um tema e, depois, quais seriam os caminhos para desenvolvê-lo. A ferramenta cria uma estrutura e eu vou dialogando com ela, buscando, checando e complementando com meu conhecimento e visão pessoais.”
Criada pela startup norte-americana Anthropic, a ferramenta foi a mais bem avaliada em um estudo, publicado em maio na revista Royal Society Open Science, que analisou a capacidade de 10 programas de IA generativa, incluindo o ChatGPT e o DeepSeek, de gerar resumos fidedignos sobre artigos científicos. O resultado geral do trabalho, contudo, foi desfavorável para o conjunto dos chatbots, que produziram conclusões imprecisas ou exageradas em até 73% dos 5 mil artigos científicos resumidos.
O engenheiro de materiais Edgar Dutra Zanotto, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), usa chatbots como o ChatGPT, DeepSeek, Claude, Perplexity e Gemini para múltiplas tarefas. As ferramentas o auxiliam, por exemplo, a revisar textos em inglês, a fazer cálculos (como calcular a composição molar de um vidro a partir do peso molecular dos elementos) e a selecionar possíveis revisores para artigos científicos da revista Journal of Non-Crystalline Solids, da qual é editor. “Levanto quem são os pesquisadores mais influentes no tópico que preciso”, conta.
Zanotto já tinha experiência com inteligência artificial na área de aprendizado de máquina: ele e seu grupo no Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (CeRTEV), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) financiados pela FAPESP, treinaram um algoritmo com dados de 55 mil composições de vidro, um banco de dados com um volume inédito na área, que é capaz de sugerir estruturas que nunca foram criadas. Antes da IA, o desenvolvimento de novas composições era feito por tentativa e erro. “Com isso, é possível criar um novo vidro em um mês. Antigamente, levava anos e qualquer novo vidro virava uma tese”, diz.
Há usos da inteligência artificial para soluções matemáticas, que podem ser feitas em programas como o MathGPT. Há também aquelas que podem ser utilizadas como auxiliares na programação. “Claude e o Gemini têm sido muito usados tanto para gerar quanto para avaliar códigos”, observa Limongi.
Como essas ferramentas são treinadas por bancos de dados de informações já existentes na internet, elas podem reproduzir vieses. Às vezes, também geram “alucinações”, inventando termos, nomes e referências. Para evitar esses problemas, Zanotto, por exemplo, testa as respostas de que precisa em mais de um chatbot, a fim de cruzar os dados e chegar a informações mais confiáveis.
Uma das vocações de programas de uso popular como o ChatGPT é o brainstorming, ou exploração inicial de ideias, graças à capacidade deles de rastrear e combinar informações em gigantescos bancos de dados. Em uma “conversa” com a ferramenta, o pesquisador pode pedir sugestões de caminhos que poderia seguir sobre determinado tema. É preciso, no entanto, avaliar as possibilidades, uma vez que algumas ideias podem não ser exclusivas, já que os modelos são treinados com informações que já existem, embora também sejam capazes de sugerir novas variações.
O engenheiro de produção Roberto Antonio Martins, da UFSCar, tem experimentado softwares como o ChatGPT, o Copilot e o DeepSeek, usando a função de pesquisa profunda (deep research), incorporada recentemente a essas ferramentas. A funcionalidade faz buscas avançadas na web, inclusive em fontes acadêmicas, e gera relatórios, com uma síntese do tema e uma lista de fontes das informações levantadas, ele explica.
Nesse tipo de pesquisa, a ferramenta costuma fazer perguntas ao usuário antes de iniciar sua varredura e, assim, cria um prompt (comando dado pelo usuário para gerar uma resposta) bem estruturado. Martins sempre começa essa etapa com um questionamento à ferramenta sobre o tema que precisa explorar. “Não é uma busca por palavra-chave, como costumávamos fazer, mas por uma pergunta, e, diferente de palavras-chaves, uma pergunta tem mais contexto e pode trazer resultados mais precisos”, observa Martins, que tem ministrado palestras sobre o uso de IA generativa na pesquisa acadêmica.
É preciso treinar pesquisadores sobre as limitações da IA
O chatbot Perplexity conquistou usuários do mundo acadêmico por fornecer informações baseadas nos resultados mais recentes da internet e exibir notas de rodapé clicáveis nas fontes de onde foram extraídas as informações. “Uso essas ferramentas quando começo a levantar informações e a criar hipóteses sobre um novo tema de pesquisa”, diz a brasileira Cyntia Calixto, professora de negócios internacionais na Leeds University Business School, no Reino Unido, que tem usado esses programas em sua pesquisa sobre o ativismo dos CEO de empresas que se posicionam sobre temas polêmicos nas redes sociais. “A IA funciona como um assistente, com quem vou discutir um tema conforme vou explorando.”
Quando a tarefa é localizar artigos científicos de interesse do pesquisador, uma opção que Calixto costuma usar é a SciSpace, que faz a busca de papers e apresenta um resumo de cada um deles. O biomédico Aydamari Faria-Jr., da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca outras duas ferramentas, a Answer This e a Elicit, que permitem explorar múltiplas bases de dados científicos, como o PubMed e Scopus. “Elas oferecem filtros que otimizam o processo de busca e permitem restringir a procura, por exemplo, a ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas com ou sem meta-análises ou trabalhos transversais”, observa. Ele costuma complementar o trabalho com a consulta manual às bases de dados, com o intuito de garantir uma varredura ampla sobre o tema que está pesquisando no momento.
O apoio de programas de inteligência artificial na escrita de artigos se estende a questões ligadas à integridade científica, como avaliar se as citações contidas em um paper são robustas e fidedignas. A plataforma Scite exibe o contexto original de uma citação de um artigo científico e mostra, por meio de uma classificação realizada por um modelo de aprendizado profundo, se ela se apoia mesmo no texto de referência ou se contrasta com seu conteúdo. A advogada Cristina Godoy, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP-USP), costuma usar a ferramenta.
Por meio dela, encontrou um artigo publicado na revista Nature que complementou um trabalho de sua autoria sobre inteligência artificial. “A plataforma indica artigos científicos que dialogam com o tema e aponta o link para o paper. E dá para escolher o periódico no qual se quer fazer a busca”, conta ela, que costuma usar outras ferramentas de IA para analisar dados. Godoy toma um cuidado especial ao utilizar programas de inteligência artificial generativa: jamais faz buscas utilizando trechos de trabalhos que ainda não foram publicados, porque sabe que esse conteúdo pode ser usado para treinar a ferramenta – e nunca se sabe se as ideias podem parar nos resultados de pesquisas de outros usuários.
A reportagem acima foi publicada com o título “Assistente virtual” na edição impressa nº 352, de junho de 2025.
Imagens: Julia Jabur
Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.
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Trial da Plataforma ImaChek está disponível na USP até o dia 08 de julho
Os esforços para promover a integridade da pesquisa têm atraído muita atenção no meio acadêmico. Embora soluções para detectar plágio em textos já existam há muitos anos, o uso de um sistema automatizado dedicado à identificação de imagens manipuladas e duplicadas ainda não é tão disseminado.
Encontrar imagens reutilizadas e manipuladas não só exige um nível considerável de conhecimento, como também é uma tarefa trabalhosa, demorada e exaustiva, especialmente ao lidar com uma enorme coleção de imagens.
O ImaChek é a única solução capaz de detectar automaticamente imagens problemáticas em artigos científicos antes da fase de publicação.
ImaChek é um detector de similaridades e adulterações em imagens. A Plataforma, mantida pela IGP Service Pte Ltd, funciona com as mais modernas tecnologias de análise e comparação de imagens, trazendo de maneira precisa a segurança acerca da integridade acadêmica das imagens que são usadas em trabalhos acadêmicos.
Com uma tecnologia proprietária, a plataforma é capaz de detectar similaridades, manipulações, adulterações e todo o tipo de alteração que possa comprometer a integridade do trabalho publicado.
E o melhor: seu uso é ilimitado a todos os usuários da Universidade, de qualquer grau acadêmico. Ou seja, a ferramenta pode e deve ser usada para prevenir plágios, auto-plágios e outros vícios de integridade e, de maneira preventiva, apresentar um relatório prévio de integridade que ajuda na qualificação do trabalho apresentado.
Incidentes de má conduta relatados no passado incluem casos causados por má conduta intencional e por erro honesto, em que os autores realmente desconheciam as práticas adequadas para processamento de imagens. Ao prevenir má conduta decorrente de erro honesto, o ImaChek pode melhorar a qualidade dos artigos científicos, proteger a carreira dos autores e a confiança da comunidade acadêmica.
O uso do ImaChek é muito simples: o usuário precisa somente criar uma conta. Com a conta criada, o usuário tem sua própria área de trabalho onde pode gerenciar suas submissões e análise e decidir quando e com quem compartilhar os relatórios de análise do seu trabalho. Uma vez logado, o uso é bastante intuitivo – todas as funcionalidades ficam concentradas em um painel de controle, exclusivo do usuário.
O Guia de Uso do ImaChek está disponível no link https://tinyurl.com/Imachek, já em português.
Para criação da conta no ImaChek, os usuários devem enviar seus dados para o e-mail solucto@solucto.com.br, empresa que representa o ImaChek no Brasil, informando:
Nome completo:Departamento:Faculdade/Instituto:Email institucional (@usp.br):A equipe da Solucto criará as contas. Isso feito, o próprio ImaChek irá enviar um email para cada usuário, com orientações para o primeiro login e também para a criação de uma senha pessoal.
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“Clarivate Connect: Avançando a Ciência”: gravação e imagens do evento
A Clarivate, líder global de inteligência, divulga anualmente sua lista de Pesquisadores Altamente Citados – Highly Cited Researchers™ – pesquisadores influentes em universidades, institutos de pesquisa e organizações comerciais ao redor do mundo que demonstraram influência significativa e ampla em seus campos de pesquisa.
O evento “Clarivate Connect: Avançando a Ciência”, realizado no dia 04 de junho de 2025 em conjunto com a Universidade de São Paulo, teve como objetivo compartilhar experiências de valor que contribuem para a visibilidade e impacto da ciência, discutindo a importância da análise bibliométrica para o avanço da pesquisa no Brasil, e também destacar os Pesquisadores Altamente Citados de 2024 do Brasil.
== Pesquisadores destacados (Higher Cited Researchers HCR) 2024 BRASIL ==
——————————————————————————–Link da gravação: https://www.youtube.com/watch?v=JonvlLFBrlM——————————————————————————–== IMAGENS DO EVENTO ==——————————————————————————————-NOTÍCIA RELACIONADA:04/06 – 8h30 – 12h00 | Clarivate Connect: Avançando a Ciência. ABCD Notícias, maio 2025. Disponível em: https://www.abcd.usp.br/informa/clarivate-connect-avancando-a-ciencia/——————————————————————————————– -
Recomendações e diretrizes de “Acesso Aberto Diamante” para instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas
Este relatório apresenta uma estrutura abrangente e flexível para apoiar o Acesso Aberto (AA) Diamond na publicação acadêmica.
Oferece recomendações e diretrizes personalizadas para instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas, e aborda as diversas necessidades, preocupações e oportunidades dentro do ecossistema AAA Diamond em evolução.
== Responsabilidade coletiva e colaboração ==
Apoiar a Diamond OA é uma responsabilidade compartilhada entre instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas.
Embora cada um desempenhe um papel distinto, seus esforços coordenados são essenciais para a sustentabilidade a longo prazo deste modelo de publicação.
O relatório destaca a importância da colaboração coordenada, enfatizando que:
As instituições atuam como “organizações-mãe”, fornecendo pessoal, infraestrutura e recursos acadêmicos para manter periódicos, plataformas e repositórios Diamond OA.
Financiadores, patrocinadores e doadores garantem a sustentabilidade financeira por meio de políticas e investimentos que permitem a manutenção e o desenvolvimento contínuos da Diamond OA.
Formuladores de políticas em níveis regional, nacional e da UE criam estruturas que facilitam e incentivam a adoção do Diamond OA.
== Caminhos para apoiar o Diamond OA ==
Para promover um ecossistema Diamond OA próspero, o relatório descreve caminhos estratégicos para engajamento, recomendando as seguintes ações concretas:
- Identificar razões e motivações para apoiar o Diamond OA e promover seus benefícios
- Melhorar os sistemas de reconhecimento e recompensa para autores, editores e funcionários da Diamond OA
- Investir no desenvolvimento de sistemas de monitorização e iniciativas de recolha de provas
- Assine o Plano de Ação para a OA Diamante
- Apoiar os Centros de Capacitação de Diamantes locais, nacionais e comunitários
- Participe do Centro Europeu de Capacidade de Diamantes
- Participe do Quadro Global de Acesso Aberto Diamond
== Recomendações e diretrizes ==
A estrutura visa orientar instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas em seu apoio ao Diamond OA.
O relatório organiza suas recomendações e diretrizes em categorias separadas, porém relacionadas, que refletem os principais motivos pelos quais os atores da pesquisa apoiam o Diamond OA, incluindo:
- Culturas de pesquisa positivas: instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas compartilham a responsabilidade de fortalecer culturas de pesquisa positivas que reflitam valores fundamentais como autonomia, liberdade, cuidado, colegialidade, colaboração, igualdade, diversidade, inclusão, integridade, ética, abertura e transparência.
- Responsabilidades econômicas e financeiras: instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas devem abordar responsabilidades econômicas e financeiras para garantir que a publicação acadêmica seja sustentável e forneça valor social.
- Dinâmica de autoridade, clientelismo e legitimidade: Ao apoiar o Diamond OA, instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas devem levar em consideração a dinâmica de autoridade, clientelismo e legitimidade. Isso inclui tanto o apoio de cima para baixo quanto as iniciativas de baixo para cima.
Embora abrangente, esta estrutura permanece flexível, permitindo que diferentes organizações priorizem ações com base em seus contextos específicos, estruturas de governança, modelos operacionais e recursos disponíveis. As partes interessadas podem implementar recomendações em cronogramas variados, dependendo das políticas nacionais e da prontidão institucional.
Conclusão
Este conjunto de recomendações e diretrizes serve como um documento fundamental para instituições, financiadores, patrocinadores, doadores e formuladores de políticas comprometidos em apoiar o Diamond OA.
Ao fornecer um conjunto estruturado, porém adaptável, de recomendações e diretrizes, ele estabelece as bases para um esforço colaborativo para remodelar a publicação acadêmica.
A evolução contínua do Diamond OA exigirá diálogo contínuo, alinhamento de políticas e alocação de recursos para garantir seu sucesso a longo prazo.
== REFERÊNCIA ==
Arasteh-Roodsary, S. L., Gaillard, V., Garbuglia, F., Mounier, P., Pölönen, J., Proudman, V., Rooryck, J., Saenen, B., & Stone, G. (2025). DIAMOND OPEN ACCESS RECOMMENDATIONS AND GUIDELINES FOR INSTITUTIONS, FUNDERS, SPONSORS, DONORS, AND POLICYMAKERS. (1.0). Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.15518745
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Tópicos sobre dados abertos para editores científicos
O presente livro resulta dos esforços empreendidos pela Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec Brasil) e parceiros engajados no Compromisso 3 do 4º Plano de Ação Nacional em Governo Aberto, na intenção de melhor compreender a dinâmica da Ciência Aberta e suas implicações sobre o cenário editorial científico nacional.
Entre os temas desenvolvidos nesta publicação, estão:
- data papers e as novas possibilidades de editoração científica;
- gestão e abertura de dados em uma variedade de contextos;
- o papel dos repositórios de dados;
- web de dados, web semântica e linked data na Ciência Aberta;
- propriedade intelectual e direito autoral para dados de pesquisa;
- a interface entre dados abertos e o processo de indexação;
- princípios FAIR na Ciência Aberta;
- políticas editoriais e de Ciência Aberta; entre outros tópicos atuais e de interesse da comunidade editorial científica.
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Fonte: https://labcotec.ibict.br/omp/index.php/edcotec/catalog/book/114
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Ciência & Cultura publica Edição Especial sobre Ciência Aberta
Conheça a nova edição especial da revista Ciência & Cultura.
“É com grande satisfação que compartilhamos com vocês a nova edição especial da revista Ciência & Cultura, dedicada ao tema Ciência Aberta — um movimento que está transformando as formas de produzir, compartilhar e reutilizar o conhecimento científico em escala global.
Como sabemos, o conhecimento cresce quando é compartilhado. E é exatamente essa a essência da ciência aberta: acelerar descobertas, fortalecer a confiança pública e aproximar a sociedade da produção científica.
Muito mais do que um conceito único, trata-se de uma prática dinâmica, colaborativa e inclusiva, que envolve múltiplos atores, contextos e abordagens. Nesta edição especial, oferecemos um panorama rico, diverso e instigante sobre as muitas camadas da ciência aberta no Brasil e no mundo.
São análises, artigos, entrevistas, vídeos e podcasts que exploram desde a criação de dados e métodos abertos até as políticas públicas, tecnologias, custos e formas de engajamento da sociedade.
Destacamos ainda importantes recomendações internacionais, como as diretrizes da Unesco, fruto de dois anos de consulta global, e iniciativas como a Research Data Alliance, o World Data System e a Research Software Alliance, todas comprometidas com o fortalecimento da ciência aberta em nível global.
Como bem lembram as editoras científicas deste número, Claudia Bauzer Medeiros (Unicamp) e Fernanda Antonia da Fonseca Sobral (UnB/SBPC): “Abertura não significa que tudo é aberto, mas o fechamento total pode ser nocivo ao avanço do conhecimento.”
Convidamos bibliotecas, centros de pesquisa e instituições de ensino a conhecer e divulgar esta edição, que está disponível gratuitamente para leitura online (formato flipbook) ou para download em PDF. Contamos com o apoio de vocês para disseminar esse conteúdo e fortalecer a promoção da ciência aberta como um bem comum, acessível e reaproveitável por toda a sociedade.”
Confira as matérias completas: https://revistacienciaecultura.org.br/?page_id=8127
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03 e 04/07 – III Encontro da Rede Brasileira de Repositórios Digitais – Rio de Janeiro
A criação da Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) é uma das diversas iniciativas do Ibict voltadas ao fortalecimento da Ciência Aberta no Brasil.
Com o objetivo de descentralizar, ampliar e otimizar a disseminação de boas práticas na criação e gestão de repositórios institucionais, o instituto promoveu a formação de uma rede de colaboração estruturada em todas as regiões do país.
Instituída em 2014 como Rede Brasileira de Repositórios Institucionais de Publicações Científicas em Acesso Aberto (RIAA), a rede passou a se chamar Rede Brasileira de Repositórios Digitais (RBRD) em 2022.
A mudança de nome reflete a ampliação do escopo da iniciativa, que passou a incluir também os repositórios de dados de pesquisa — não contemplados originalmente. A decisão foi tomada pelos coordenadores regionais e representantes do Ibict, com o intuito de abarcar todas as tipologias de repositórios digitais.
A RBRD é composta por cinco sub-redes regionais: Norte, Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Cada uma realiza ações voltadas à disseminação dos princípios da Ciência Aberta em sua respectiva região. O Ibict atua como articulador nacional, disseminando boas práticas e recomendações internacionais para a implementação, manutenção e interoperabilidade dos repositórios digitais.
Este ano, entre os dias 03 e 04/07 será realizado o III Encontro da Rede Brasileira de Repositórios Digitais no Rio de Janeiro.
• Tranmissão online: https://youtube.com/@videosaudefio?si=iFgLIfzbAtfso6Eb.
• Inscrições Gratuitas – iiirbrd.cbpf.br/Inscrições.
• Certificação: Haverá emissão de certificado de participação digital.
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1º DIA – 03/07/2025 – TEMÁTICA: CIÊNCIA ABERTA E REPOSITÓRIOS DIGITAIS – EIXO 1 – SUSTENTABILIDADE DOS REPOSITÓRIOS E AVALIAÇÃO
2º DIA – 04/07/2025 – TEMÁTICA: CIÊNCIA ABERTA E REPOSITÓRIOS DIGITAIS – EIXO 2 – CURADORIA E PRESERVAÇÃO DIGITAL / INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Saiba mais: https://iiirbrd.cbpf.br/about
== HISTÓRICO DOS ERBRD ==
Com o propósito de promover ações conjuntas e integradas, em 2021 foi proposta a realização de um evento nacional voltado ao fortalecimento das reflexões e práticas relacionadas aos repositórios digitais. O “Encontro da Rede Brasileira de Repositórios Digitais” surgiu de uma reunião entre o Ibict e as coordenadoras das redes regionais, que identificaram a necessidade de um espaço dedicado à discussão sobre repositórios digitais, Ciência Aberta, Dados de Pesquisa e Acesso Aberto.
A primeira edição do Encontro foi realizada nos dias 9, 10 e 11 de agosto de 2022, em formato remoto, em razão da pandemia de COVID-19. O evento contou com a participação de membros das redes regionais, palestrantes e diversos profissionais da área da informação, que demonstraram grande interesse nas temáticas abordadas. A transmissão foi realizada pelo canal da VideoSaúde Fiocruz, reunindo 935 participantes e ultrapassando 2.500 visualizações. O relatório final com os dados completos está disponível no Repositório Arca: 🔗 https://bit.ly/primeiroencontro-RBRD
A segunda edição ocorreu nos dias 1 e 2 de agosto de 2024, em formato híbrido, no Centro Cultural da Fundação Getúlio Vargas. Reuniu 1.186 participantes, consolidando-se como um marco para a comunidade de repositórios digitais no Brasil. Com o tema “Ciência Aberta e Repositórios Digitais”, o evento proporcionou um ambiente fértil para debates e troca de experiências sobre o futuro dos repositórios no país. O relatório final está disponível no Repositório Arca: 🔗 https://bit.ly/segundoencontro-RBRD