O ABCD Informa é um veículo de comunicação que busca reunir matérias selecionadas de interesse das Bibliotecas e da comunidade acadêmica da USP. Desejamos que o ABCD Informa faça parte de suas leituras!
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05/04 – 9h | Encontro sobre a Nova Lei de Licitações no âmbito da administração pública
Como é de conhecimento de V.Sa. entrará em vigor a nova lei de licitações – NLLC (Lei nº 14.133/2021) em 1° de Abril de 2023, que rege o sistema para atos de licitações e contratações no âmbito da administração pública. Assim, estamos organizando um encontro que abordará alterações e impactos em futuras contratações da nova lei.
Entendemos ser de vital importância que as bibliotecas também conheçam os cenários para a aplicação dos novos dispositivos legais que fundamentam as compras do setor público e especificamente sobre o setor de aquisições de materiais bibliográficos da ABCD.
Tendo em vista a relevância do assunto que impacta o cotidiano das bibliotecas, convidamos as chefias técnicas e demais interessados para participarem do encontro que acontecerá:
Dia: 05 de abril de 2023
Horário: 9 h às 17 h
Local: Auditório da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE/USP), Av. Professor Mello Moraes, 65 – Cidade Universitária – São Paulo – SP
Inscrições até o dia 31.03.2023 pelo: https://doity.com.br/nova-lei-de-licitacoes-nllc-05abr2023Vagas limitadas inscrições gratuitas
Teremos como palestrantes os servidores da EACH/USP:
Paulo Ciotti Frias: Servidor da Universidade de São Paulo na área de compras e licitações desde 2010. Pregoeiro e membro efetivo da Comissão Julgadora de Licitações da Escola Politécnica da USP (2010 – 2021). Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Anhembi Morumbi – UAM (2008).
Técnico em Gestão Pública pela Escola Técnica e de Gestão da USP (2015). MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade – PECE/Poli (2021) Formado Pregoeiro especialista em Pregão Presencial e Eletrônico pela FUNDAP (2011 e 2012).Rafael Henrique Biscaro: Servidor da Universidade de São Paulo (USP) desde 2007. Gestor de Políticas Públicas com 14 anos de experiência na área de compras públicas; Finalista do Concurso Nacional de Palestrantes em Administração Pública do Grupo Negócios Públicos (2018). Bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade de São Paulo – USP (2015). Pós-Graduado em Gestão da Administração Pública pela Universidade. Federal Fluminense – UFF (2020). Especialista em Licitações e Contratos pela Estácio (2016). Negociações de sucesso: estratégias e habilidades essenciais – University of Michigan (2020). Pregoeiro e membro efetivo da Comissão Julgadora de Licitações da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
== Imagens do evento ==
Organização: Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais da Universidade de São Paulo
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Base de e-books da Cambridge está disponível na USP
Informamos a assinatura da Base de e-books da Cambridge por parte da Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais para toda a comunidade USP, conforme detalhes a seguir:
Cambridge Books Online disponibiliza mais de 46.000 livros eletrônicos de programas de edição renomados no mundo, cobrindo assuntos de todas as disciplinas da ciência, tecnologia e medicina, assim como ciências sociais e humanas e o acesso é pela plataforma Cambridge Core.
Site: https://www.cambridge.org/core
Editor/Agregador: Cambridge
Assinatura: USP (14/02/2023 a 13/02/2024)
Assuntos: Antropologia, Arqueologia, Cambridge Core e-books, Ciência, Ciências Humanas, Ciências Sociais, e-books, Física, Matemática, Medicina, Química, Tecnologia
Área(s) de conhecimento: Biológicas, Exatas, Humanas
Como acessar a base
Ao acessar o endereço https://www.cambridge.org/core da rede da Universidade (nos campi ou via VPN), o sistema já identifica que o usuário pertence à USP e no canto superior direito aparece a mensagem “Acess provide by Universidade de São Paulo”.
O serviço VPN USP, oferecido pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), precisa do número USP e senha única do usuário. Caso não lembre da senha única, acesse o site id.usp.br, clique em “Esqueci minha senha” e siga as orientações da página.
Baixe o aplicativo VPN específico para o sistema do computador, tablet ou celular, seguindo as instruções de instalação nos links abaixo:
VPN USPnet no Windows
VPN USPnet no Mac
VPN USPnet no Linux
VPN USPnet no iPhone / iPad
VPN USPnet no AndroidEm caso de dúvidas sobre a conexão VPN, é possível solicitar auxílio neste endereço.
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Base de dados para pesquisas na área de engenharia está disponível para a comunidade USP
Disponibilizada pela Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais da USP, a base de dados de engenharia Access Engineering dá acesso a mais de 700 e-books, cursos on-line, calculadoras, gráficos, além de legislações de órgãos reguladores brasileiros
Base de dados que é referência na área de engenharia, utilizada por profissionais, acadêmicos e estudantes, a Access Engineering está disponível para a comunidade USP com acesso direto nos campi ou por meio de VPN, sem necessidade de usuário e senha. A assinatura foi realizada pela Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais (ABCD) da USP, que é responsável pela gestão da informação, da produção intelectual e das bibliotecas na Universidade.A base, mantida pela empresa educacional McGraw Hill, disponibiliza mais de 700 e-books, incluindo edições atuais de referências oficiais de engenharia, como Marks Standard Handbook for Mechanical Engineers, Perry’s Chemical Engineers Handbook e o Standard Handbook for Electrical Engineers.Também é possível encontrar normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Mercosul, além de 360 mil legislações de órgãos reguladores nacionais, como Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outros.A Access Engineering ainda oferece cursos on-line dinâmicos, mais de 690 vídeos instrucionais, calculadoras e mais de 3.900 gráficos. O conteúdo está relacionado às seguintes áreas: Bioengenharia, Habilidades em Negócios, Engenharias Química, Civil, de Comunicações, Elétrica e Eletrônica, de Energia e Petróleo, Ambiental e Sustentável, de Produção, Mecânica e Gestão de Operações.
Telas da plataforma – Foto: Access Engineering
. Como acessar a base
Ao acessar o endereço www.
accessengineeringlibrary.com da rede da Universidade (nos campi ou via VPN), o sistema já identifica que o usuário pertence à USP e no canto superior direito aparece a mensagem “Acess via Universidade de São Paulo”. O serviço VPN USP, oferecido pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), precisa do número USP e senha única do usuário. Caso não lembre da senha única, acesse o site id.usp.br, clique em “Esqueci minha senha” e siga as orientações da página.
Baixe o aplicativo VPN específico para o sistema do computador, tablet ou celular, seguindo as instruções de instalação nos links abaixo:
VPN USPnet no Windows
VPN USPnet no Mac
VPN USPnet no Linux
VPN USPnet no iPhone / iPad
VPN USPnet no AndroidEm caso de dúvidas sobre a conexão VPN, é possível solicitar auxílio neste endereço.
Para acessar a plataforma Access Engineering clique aqui.
Fonte: Jornal da USP: https://jornal.usp.br/?p=
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Dimensions Analytics: o futuro da pesquisa
A Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais da USP assina atualmente, além das plataformas analíticas SciVal (Elsevier) e InCites (Clarivate), a solução Dimension Analytics mantida pela Digital Science.
A Digital Science apresenta um banco de dados integrado que abrange o processo de pesquisa, do financiamento à pesquisa e, em seguida, a publicação, considerando sua disseminação, visibilidade e impacto, elementos que podem resultar em aplicações comerciais e formulação de políticas públicas governamentais.
Dimension Analytics é uma plataforma de dados vinculados lançada em janeiro de 2018 pela Digital Science que reúne dados para criar uma ferramenta de Descoberta de Pesquisa. Dimensions é uma plataforma inclusiva resultante de um conjunto de produtos da Digital Science reunido a partir de parcerias com outros provedores de informações e dados tais como Altmetric , Consultancy , Figshare , ReadCube , Crossref, Symplectic, UnPayWall e UberResearch, além de um grande número de parceiros externos e publishers (editores), incluindo o Publisher da ABCD-USP.
O Dimensions Analytics inclui dados de citação, recursos de análise de pesquisa e uma maneira de filtrar conteúdos científicos, como publicações, ensaios clínicos, patentes e financiamentos relativos a bolsas e concessões, além de menções e impacto nas redes sociais. Esta plataforma para avaliação de pesquisas ainda está evoluindo.
Somente usuários da Universidade de São Paulo têm acesso a essa plataforma. Ao acessar o endereço Dimension Analytics na rede da Universidade (por meio dos computadores localizados nos campi ou via VPN – acesso remoto), o sistema já identifica que o IP do computador pertence à USP.
Saiba mais sobre o Dimensions Analytics consultando o Espaço do Pesquisador USP: https://www.abcd.usp.br/apoio-pesquisador/indicadores-pesquisa/dimensions-analytics/
Você também pode consultar o Guia a seguir:
Fonte: DimensionsDataGuide_v6
Dúvidas? envie sua mensagem à Central de Chamados da ABCD: atendimento@abcd.usp.br
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Dados estatísticos mundiais da ORCiD
Aqui apresentamos uma série de informações e dados estatísticos relativos à organização ORCID e à adesão dos pesquisadores ao identificador ORCiD. A ORCID fornece um identificador digital persistente (um ORCID iD) que você possui e controla, e que o diferencia de todos os outros pesquisadores. Você pode conectar seu iD com suas informações profissionais — afiliações, bolsas, publicações, revisões por pares e muito mais.
Você pode usar seu iD para compartilhar suas informações com outros sistemas, garantindo que obterá o reconhecimento de todas as suas contribuições, economizando tempo e trabalho, além de reduzir o risco de erros.
Esses dois gráficos descrevem o número de pesquisadores que estão ativamente envolvidos com seus registros ORCID com dados de março de 2023 (Fonte: https://info.orcid.org/orcid-statistics/).
Pesquisadores Ativos Anuais são aqueles que assinaram ou atualizaram seus próprios registros, ou usaram seus registros para entrar em outro sistema nos últimos 365 dias. Brasil aparece na 3ª posição.
A imagem a seguir mostra os pesquisadores que adicionaram um código de país aos seus registros ou são afiliados a uma organização em um país. Embora nem todos os pesquisadores adicionem um código de país ou afiliação aos seus registros, esta é uma boa indicação de como o ORCID é distribuído em todo o mundo.
Esta imagem mostra o número de países diferentes que possuem organizações membros da ORCID e como elas estão distribuídas pelo mundo.
A associação organizacional da ORCID abrange todo o ecossistema de pesquisa: universidades e instituições de pesquisa, editores, associações, financiadores, formuladores de políticas e governo, serviços e fornecedores.
As visualizações de páginas públicas mostram quantas pessoas visitam o registro ORCID para visualizar os dados que foram definidos pelo detentor do registro para serem visíveis por “Todos”. Esse número descreve o uso por indivíduos em oposição a sistemas externos que reutilizam dados ORCID por meio de integrações. Esses números mostram que muitas pessoas visitam os registros ORCID, portanto, se você deseja que seu trabalho seja descoberto, certifique-se de que seus dados possam ser vistos por todos!
O Gráfico a seguir mostra quantas vezes os pesquisadores usaram sua conta ORCID para entrar em um sistema externo, como um editor, financiador ou sua instituição. Se você for um pesquisador, entrar com seu ORCID economizará seu tempo e não precisará mais se lembrar de outra senha. Se você for uma organização, oferecer login único para seus usuários facilitará o uso de suas contas e permitirá fluxos de trabalho automatizados.
Confira as outras matérias sobre a ORCID e sua importância
DINEEN, Dan. Tornando o ORCID mais fácil – e mais valioso – para novos usuários com orientação sobre o registro (Trad. livre). ORCID Blog, Feb. 27, 2023. Disponível em: https://www.abcd.usp.br/noticias/tornando-o-orcid-mais-facil-e-mais-valioso-para-novos-usuarios-com-orientacao-sobre-o-registro/ Acesso em: março 2023.
MARÍN-ARRAIZA, Paloma; KSIBI, Nabil. Sou um Membro, e agora? Integrações com ORCID (trad. livre). ORCID Blog, Feb. 16, 2023 Disponível em: https://www.abcd.usp.br/noticias/sou-um-membro-e-agora-integracoes-com-orcid/ Acesso em: março 2023.
ORCID: Recursos de engajamento e divulgação. ORCID Blog, s.d. (trad. livre). Disponível em: https://www.abcd.usp.br/noticias/orcid-recursos-de-engajamento-e-divulgacao Acesso em: março 2023.
ORCID Statistics. March 2023. Disponível em: https://info.orcid.org/orcid-statistics/
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Imagens falsas: sistema promete detectar adulterações em imagens de artigos científicos
Inteligência artificial tanto pode gerar figuras falsas quanto ajudar a identificá-las
Um consórcio de pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da Itália está desenvolvendo um conjunto de ferramentas computacionais para detectar de forma automática a existência de adulterações ou duplicações de imagens de artigos científicos, um tipo de má conduta muito frequente cuja identificação ainda hoje depende, em boa medida, de um olhar humano experiente. Esta é uma reprodução da matéria publicada na Pesquisa Fapesp de março de 2023 por Fabricio Marques [1].
Em um trabalho publicado no final de outubro na revista Scientific Reports [2] do grupo Nature, a equipe apresentou uma primeira avaliação de desempenho do Sila (Análise de Imagens Científicas). Trata-se de um sistema de apoio a revisores e editores de revistas acadêmicas capaz de processar arquivos em formato PDF de artigos, extrair suas imagens de forma automática – rastreando eventualmente cópias em alta resolução disponibilizadas pelos autores ou as publicações – e em seguida utilizar algoritmos treinados para identificar eventuais adulterações.
Como resultado, o software informa se encontrou evidências de “pós-processamento” de imagens, tais como indícios de que regiões foram clonadas ou movidas de lugar ou de que uma foto tem similaridades com outras já publicadas anteriormente, apontando também, em formato gráfico, qual é a sua proveniência. O Sila segue um modelo cooperativo entre inteligência artificial e humana. Ainda que aponte para conteúdos suspeitos automaticamente, sua apreciação é apenas indicativa: cabe a um especialista verificar os indícios e confirmar se eles configuram mesmo adulteração. A análise foi feita com base em material colhido em 988 artigos científicos que sofreram retratação, nos quais foram documentadas manipulação ou reutilização de figuras.
“A ferramenta se baseia em princípios avançados de processamento de imagem, em técnicas de perícia forense e em soluções de visão computacional e inteligência artificial para fornecer análises que ajudem os especialistas humanos a decidir se os eventos descobertos são legítimos ou não”, afirma um dos autores, Anderson Rocha, docente e diretor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde coordena o Laboratório de Inteligência Artificial (Recod.ai).
Na avaliação divulgada no trabalho, os módulos que compõem o sistema exibiram desempenho desigual. Em tarefas relacionadas à classificação do conteúdo dos papers, por exemplo, a resposta dos algoritmos desenvolvidos revelou-se ainda insuficiente. Em outras, como detectar regiões com sinais de deslocamento de imagem e captar indícios de duplicação, alcançou resultados mais sensíveis do que os obtidos pela observação humana, gerando inclusive falsos positivos.
“Continuamos a trabalhar no aperfeiçoamento do Sila, pois há bastante terreno para melhorá-lo”, explica Rocha. Próximo passo é criar algoritmos que reconheçam artigos feitos por “fábricas de papers”
Os algoritmos e as bases de dados utilizados foram disponibilizados em repositórios de acesso aberto e a ideia é que outros pesquisadores ajudem a testar e refinar o desempenho da ferramenta. O consórcio tem financiamento da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa (Darpa) e do Escritório de Integridade Científica (ORI), ambos dos Estados Unidos. No Brasil, é apoiado pela FAPESP por meio de um projeto temático liderado por Rocha. “Idealizamos o sistema pensando nas necessidades do ORI, que nos fez a encomenda”, diz ele. A ideia é que o ORI e a Darpa avaliem o conjunto de ferramentas em instituições públicas e estabeleçam parcerias com editoras de revistas acadêmicas.
O autor principal do estudo, Daniel Moreira, fez doutorado na Unicamp sob orientação de Rocha e é pesquisador das universidades de Notre Dame e Loyola Chicago, ambas nos Estados Unidos. Todas as etapas do trabalho foram supervisionadas por Edward Delp, professor de ciência da computação, da Universidade Purdue. Pesquisadores de instituições italianas, como a Universidade Nápoles Federico II e o Instituto Politécnico de Milão, também fazem parte do consórcio. A iniciativa integra um projeto mais abrangente que busca criar algoritmos de inteligência artificial para detecção de “realidade sintética”, ou seja, para identificar falsificações em fotos, áudios e vídeos de todo tipo (ver Pesquisa FAPESP nº 321).
Uma vantagem do Sila é que ele abrange um ciclo completo de tarefas para analisar imagens, da extração à análise, e pretende se tornar uma ferramenta aberta e disponível para todo tipo de usuário. Nos últimos tempos, surgiram no mercado soluções tecnológicas dessa natureza, mas elas buscam resolver tarefas específicas e são comercializadas por empresas. Uma delas é o Image Twin, um software oferecido por uma startup de Viena, na Áustria, que detecta reuso e duplicação de figuras em artigos. Dez revistas editadas pela Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR) e dois periódicos vinculados à Sociedade Americana para Pesquisa Clínica vêm testando, até aqui com bons resultados, um programa da empresa israelense Rehovot, criado para identificar fotos duplicadas ou com partes giradas, invertidas e esticadas. “Estamos bastante satisfeitos com os resultados até agora”, disse à revista Nature Daniel Evanko, diretor de operações da AACR.
Desde o advento da fotografia, imagens são utilizadas como evidências de resultados científicos. Em alguns casos, elas exprimem o próprio achado: caso da fotografia feita pela química britânica Rosalind Franklin, que revelou a estrutura do DNA em 1952 e embasou o artigo assinado por James Watson e Francis Crick. Com a transição da fotografia analógica para a digital, ferramentas de software de edição como o Photoshop permitiram que pesquisadores retocassem arquivos com bastante facilidade, destacando áreas de interesse tais como “bandas” em resultados de testes de western blot, método usado na biologia molecular para identificar proteínas. “A maioria dessas edições é legítima. Não há problema em calibrar a intensidade ou o contraste para tornar o resultado mais fácil de visualizar”, afirma Rocha. “Mas há edições que comprometem a integridade e, às vezes, isso tem claramente a intenção de enganar os leitores. Nesses casos, é preciso corrigir o registro e até mesmo pedir a sua retratação.”
Esses problemas são mais frequentes do que se imagina. Uma análise manual realizada pela microbiologista Elisabeth Bik em 2016 vasculhou mais de 20 mil estudos da área biomédica e encontrou algum tipo de adulteração em 4% deles (ver Pesquisa FAPESP nº 310). É fácil enxergar mudanças aberrantes, mas há manipulações sofisticadas que podem tornar a identificação bastante complexa. Um dos principais desafios dos editores atualmente é reconhecer manuscritos produzidos por “fábricas de papers”, serviços ilegais que vendem trabalhos científicos sob demanda, frequentemente com informações falsificadas, inclusive imagens fabricadas.
Bik recentemente identificou 400 artigos com figuras tão semelhantes que sugeriam uma origem comum – uma fábrica de papers. Havia indícios, em alguns casos, de que uma imagem padrão foi adaptada para representar diferentes experimentos, moldando-se ao conteúdo de cada documento fraudulento, por meio, por exemplo, de alteração de cores ou da mudança de lugar de algum elemento.
Um desafio para detectar manipulações de forma automática é dispor de repositórios com grandes volumes de fotos, que sirvam de referência para rastrear a origem de conteúdo reaproveitado, e também de bancos de dados com manipulações frequentes, que permitam detectar os padrões de fraudes em manuscritos submetidos para publicação. Na análise do texto de trabalhos científicos, esses recursos já estão disponíveis e municiam o funcionamento de soluções antiplágio.
O engenheiro da computação João Phillipe Cardenuto, que está sendo orientado por Rocha no doutorado, publicou em agosto do ano passado um artigo na revista Science and Engineering Ethics [3] em que reúne exemplos de adulterações de imagens e apresenta uma biblioteca de algoritmos, disponível em acesso aberto, que reproduzem e são capazes de identificar duplicações, retoques e remoções. As imagens disponíveis na biblioteca não são reais, mas, sim, reproduções criadas para simular as características mais comuns das manipulações. Isso porque ele não poderia usar as figuras fraudulentas obtidas em estudos retratados por razões legais e restrições de direitos autorais.
Agora, Cardenuto trabalha para identificar características de imagens adulteradas em documentos gerados por fábricas de papers – e a treinar algoritmos para rastreá-los na literatura acadêmica. Já existem ferramentas automatizadas para detectar artigos desse tipo, como o Papermill Alarm, desenvolvido pela empresa de serviços de dados acadêmicos Clear Skies, no Reino Unido. Ele usa técnicas de aprendizagem profunda (deep learning) a fim de analisar títulos e resumos de manuscritos e comparar sua linguagem com a de trabalhos sabidamente produzidos por esses serviços ilegais. O software não indica que o manuscrito é fabricado, mas sinaliza aqueles que merecem uma investigação mais aprofundada antes da publicação. “Como o conteúdo parece fazer sentido, há sempre dúvidas se foram mesmo fabricados. Se pudermos reunir evidências relacionadas a imagens, ficará mais fácil ter certeza”, diz Cardenuto.
O futuro tende a ser ainda mais complexo. Uma fronteira tecnológica envolve a geração de imagens sintéticas, produzidas por programas de inteligência artificial. “Se já pode ser difícil confirmar que uma foto contém elementos de outra, será preciso criar novos parâmetros para verificar fraudes em registros que forem totalmente fabricados”, diz Rocha. Ainda não há provas de que isso esteja acontecendo em artigos acadêmicos, mas a tecnologia é uma realidade palpável – programas como o DALL-E 2, da OpenAI, é capaz de inventar imagens sobre qualquer tema com base em descrições apresentadas na forma de textos – como se fosse um retrato falado.
“A inteligência artificial pode ajudar a detectar dados duplicados em pesquisas, mas também pode ser usada para gerar informações falsas”, escreveu Elisabeth Bik em um texto publicado em outubro no jornal The New York Times. “Hoje em dia é fácil produzir fotos ou vídeos fabricados de eventos que nunca aconteceram e imagens geradas por inteligência artificial podem já ter começado a envenenar a literatura científica. À medida que a tecnologia se desenvolve, será significativamente mais difícil distinguir o falso do real.”
Não é impossível rastrear artigos cujos textos foram gerados por programas como os da linhagem do ChatGPT. “Há uma premissa na ciência forense, segundo a qual qualquer intervenção deixa algum vestígio”, afirma Anderson Rocha. “Um algoritmo de inteligência artificial seria capaz de identificar um paper gerado por outro algoritmo de inteligência artificial, mas provavelmente precisará ser aperfeiçoado de forma contínua para acompanhar a sofisticação crescente nas formas de adulteração. Será um jogo de gato e rato para ver quem está mais avançado: nós ou os fraudadores.”
Projetos
1. Déjà vu: Coerência temporal, espacial e de caracterização de dados heterogêneos para análise e interpretação de integridade (nº 17/12646-3); Modalidade Projeto Temático; Pesquisador responsável Anderson Rocha; Investimento R$ 1.912.168,25.
2. Filtragem e análise de proveniência (nº 20/02211-2); Modalidade Bolsa de Doutorado; Bolsista João Phillipe Cardenuto; Pesquisador responsável Anderson Rocha; Investimento R$ 130.935,02.== REFERÊNCIAS ==
[1] MARQUES, Fabricio. Sistema promete detectar adulterações em imagens de artigos científicos. Pesquisa Fapesp, n. 235, março 2023. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/quando-a-evidencia-e-uma-miragem/ Acesso em: 13 março 2023.
[2] SILA: a system for scientific image analysis. MOREIRA, Daniel et al. Scientific Reports, October 2022. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41598-022-21535-3 Acesso em: 13 março 2023.
[3] CARDENUTO, João P.; ROCHA, Anderson. Benchmarking Scientific Image Forgery Detectors. Science and Engineering Ethics, v. 28, n. 4, p.1-38, 2022. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11948-022-00391-4 Aceso em: 13 março 2023.
Leia também:
– ChatGPT inaugura uma nova era na interação entre seres humanos e computadores -
ORCID: Recursos de engajamento e divulgação
A comunicação com seus usuários em todo o projeto de desenvolvimento de integração ORCID é tão importante quanto o desenvolvimento da própria integração. Os pesquisadores precisam ser informados sobre:
- o que é ORCID,
- como isso irá beneficiá-los,
- como configurar seus registros (se ainda não o fizeram),
- por que você solicitará acesso ao registro ORCID e
- o que você fará com seus dados.
Temos uma grande quantidade de documentação técnica para ajudá-lo com sua integração com o ORCID e, nesta página, você encontrará vários recursos para aumentar a conscientização sobre o ORCID em sua organização e comunicar o valor de sua próxima integração – e o valor de ter um registro ORCID – para seus pesquisadores. De ideias de planejamento de comunicações a material de marketing de conteúdo, apoiamos sua integração com um vasto repositório de informações testadas e comprovadas, bem como gráficos reutilizáveis.
Os recursos gráficos e de cópia que fornecemos podem ser usados para suas integrações, páginas da Web ORCID no site da sua organização, campanhas de e-mail, etc. Todos os materiais são licenciados com CC0 e podem ser reutilizados e personalizados conforme necessário.
Uma de nossas principais áreas de foco para 2022 será atualizar e expandir nossa oferta atual de recursos de divulgação, e gostaríamos de saber o que seria útil para você. Se você gostaria de discutir seus planos para uma campanha de comunicação ou um evento que está organizando, entre em contato com o líder da equipe de engajamento ou envie uma solicitação de ajuda .
Como comunicar sua nova integração
É útil pensar e planejar sua campanha de integração em três etapas:
- Etapa 1: crie antecipação
- Passo 2: Envolva-se com a ORCID
- Etapa 3: Reitere as principais mensagens sobre o valor do ORCID
Etapa 1: crie antecipação
Objetivo: Fornecer educação ORCID inicial para pesquisadores e informá-los de que ações serão necessárias em breve.
Comece com um acordo claro dentro de sua organização sobre quais integrações estão disponíveis para seus pesquisadores e como você deseja que os pesquisadores interajam com eles. Por exemplo, se você for uma biblioteca universitária e estiver coletando as afiliações de seus pesquisadores, incentive-os a:
- Crie um ORCID iD se ainda não o fez,
- Conecte seu ORCID iD à sua instituição e conceda permissão para acessar seu registro como uma organização confiável e
- Receba uma declaração validada de sua afiliação atual com sua instituição em seu registro ORCID.
Estamos desenvolvendo uma série de vídeos explicativos que você pode compartilhar com seus usuários. Use uma combinação de métodos para chamar a atenção dos pesquisadores para o ORCID, transmitir informações básicas sobre o ORCID e informar aos pesquisadores que em breve eles deverão criar ou conectar seu ORCID iD à sua instituição.
Comece reunindo algumas informações. Quer saber quem está usando ORCID iDs em sua instituição? Isso fornecerá alguns exemplos de pesquisas de API que você pode usar para descobrir quem afirmou em seu registro que é afiliado à sua instituição. Você também pode acessar um formulário que permitirá saber quantos registros estão associados ao(s) domínio(s) de email da sua instituição.
A Universidade de São Paulo já iniciou o processo de vinculação do nº USP ao nº ORCiD por meio de uma “Sandbox”, cujo link é https://www.usp.br/orcid
Ideias para criar antecipação
- Boletim informativo em boletins informativos de serviços de notícias e pesquisa do pessoal
- postagem no blog
- Conteúdo da página da Web para adicionar a páginas da Web ou LibGuides
- Distribuição de brindes da marca ORCID, especialmente para chefes de departamento e outros líderes
As estatísticas de adesão ao registro ORCiD na Universidade de São Paulo mostram crescimento crescente.
Passo 2: Envolva-se com a ORCID
Objetivo: Incentivar os pesquisadores a criar ou conectar seu ORCID iD à sua instituição e dar permissão para que sua instituição seja uma organização confiável.
Você aumentou a conscientização sobre o ORCID e seus benefícios entre seus pesquisadores, e esta é a fase de ação em que você deseja que eles executem uma determinada tarefa, como registrar-se ou entrar no ORCID e tornar sua instituição uma organização confiável. Nesta fase da campanha, suas mensagens e eventos dão aos pesquisadores uma chamada à ação e os ajudam a agir de acordo com essa chamada.
Ideias para se envolver com o ORCID
- E-mail para pesquisadores
- Eventos de apresentação de professores
- Relacionamento com eventos no campus, como Back to School, OA Week, etc.
- Introduza um elemento de competição mantendo uma tabela de classificação de participação por departamento ou organize um sorteio (com mercadorias da marca ORCID como prêmios!)
Passo 3: Reitere as principais mensagens sobre o valor do ORCID para seus pesquisadores
Objetivo: Educar os pesquisadores para que eles saibam quando esperar usar sua conta ORCID, eles entendam como reconhecer a marca ORCID e sejam capazes de explicar como a reutilização de seu ORCID iD os beneficia.
Agora que seus pesquisadores se registraram no ORCID e se conectaram com sua instituição, os pesquisadores podem reutilizar sua conta ORCID com outros sistemas de pesquisa, dando permissão para que seus dados sejam acessados e atualizados para obter os benefícios de economia de tempo e construção de confiança da ORCID.
Os melhores momentos para executar campanhas de mensagens importantes sobre o valor do ORCID são os prazos para publicações e solicitações de subsídios e durante os períodos em que os pesquisadores têm maior probabilidade de se envolver em outras campanhas e eventos de comunicação acadêmica, como a Semana de Acesso Aberto , Semana de Revisão por Pares e atividades de desenvolvimento profissional em sua instituição.
Use materiais promocionais e mensagens para:
- Aumente a conscientização e o reconhecimento dos pesquisadores sobre o ícone verde ORCID iD,
- Lembre-os de entrar em sua conta ORCID quando virem o ícone iD e
- Lembre-os dos benefícios de usar e desenvolver sua conta ORCID, incluindo conceder permissão a organizações confiáveis para acessar e atualizar seus registros (ou seja, os benefícios da atribuição correta e maior reconhecimento por todas as suas atividades de pesquisa e atualização automática de informações quando eles fornecem permissão para que isso aconteça).
Ideias para reiterar mensagens-chave
- E-poster implantado como plano de fundo da área de trabalho ou protetor de tela
- Encorajamento em toda a instituição de IDs ORCID em assinaturas de e-mail
- Apresentação/oficina
- Mencione o ORCID em postagens de blog sobre como solicitar financiamento
- Mencione o ORCID durante eventos e apresentações de comunicações acadêmicas
- Distribuição de brindes da marca ORCID e materiais gratuitos para download em eventos e apresentações de comunicações acadêmicas
Ativos para apoiar a adoção do ORCID em sua organização
Todos os materiais que oferecemos para ajudá-lo com suas campanhas ORCID são licenciados com CC0 e podem ser reutilizados e personalizados conforme necessário. No entanto, a fim de garantir que suas integrações sejam devidamente marcadas e reconhecíveis, é necessária consistência no uso do logotipo, ícone e mensagens principais da ORCID, por isso pedimos que você siga as Diretrizes de marca da ORCID .
Se você tiver alguma dúvida ou quiser discutir seus planos para uma campanha de comunicação ou um evento que está organizando, entre em contato conosco .
Estamos planejando atualizar muitos deles em 2022, mas aqui estão alguns recursos para ajudar a apoiar as campanhas de adoção do ORCID em sua organização:
- As histórias de valor da ORCID podem ajudar a melhorar a compreensão e o engajamento conforme você embarca em sua campanha de adoção e pode até mesmo ajudar a facilitar uma melhor comunicação entre seus colegas. Eles se destinam a formar a base de mensagens que você pode usar em seu site, seus próprios recursos de divulgação e suas campanhas de mídia social. (Observe que, neste momento, você precisará solicitar acesso de visualização às histórias de valor. Este é um processo simples e respondemos rapidamente.)
- Nossa nova página ORCID + Pesquisadores com informações fáceis de entender sobre o valor que um ORCID traz para os pesquisadores, como se registrar para um ORCID, como otimizá-lo e como obter ajuda.
- A Quick Tour of the ORCID Record é um vídeo de três minutos que apresenta Sofia Maria Hernandez Garcia e seu co-autor, Li Wei, enquanto eles enviam um artigo de jornal e atualizam seus registros ORCID.
- Vídeos históricos do ORCID , incluindo O que é ORCID? e Por que ORCID? ( será atualizado ).
- Como parte do nosso novo programa ORCID Events, em 2022 lançaremos uma série de webinars apenas para pesquisadores chamada “ iD & Me ”. Estes são eventos projetados para ensinar o básico de como se registrar, usar e manter um registro ORCID. Esses webinars serão gravados e disponibilizados sob demanda em nossa videoteca pública (Vimeo e/ou YouTube), para que o conteúdo possa ser facilmente consultado. Por enquanto, temos esta apresentação interativa que inclui informações sobre ORCID, questionários curtos e atividades de workshop ( será atualizado ).
- Nosso infográfico sobre o valor dos identificadores persistentes para pesquisadores é uma maneira prática de transmitir a mensagem ORCID aos tomadores de decisão em sua organização ( será atualizado ).
- Durante sua fase de ação, pense em adicionar um gráfico ORCID ao conteúdo , incluindo e-mail, página da Web, boletim informativo ou postagem de blog ( será atualizado ).
- Use estes e-posters — Tudo sobre o ORCID (duas versões) e Construindo comunidades ORCID engajadas — como um pôster, plano de fundo da área de trabalho ou protetor de tela ( será atualizado ).
- Artigos de suporte ao usuário da Base de Conhecimento para ajudar com problemas técnicos.
Baixe infográficos e outras imagens
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Tornando o ORCID mais fácil – e mais valioso – para novos usuários com orientação sobre o registro
A orientação oportuna e relevante para os usuários do ORCID enquanto eles acessam seus registros pode ser um verdadeiro desafio. Frequentemente, descobrimos que eles gostariam de ajuda no ponto de serviço, seja para orientá-los na conclusão de sua tarefa atual, para ajudá-los a se preparar para algo que estão prestes a fazer ou para dar uma ideia de onde ir ou o que fazer a seguir.
O feedback regular da comunidade ORCID, em particular de nossos usuários mais novos, sugere que muitos se sentem sobrecarregados quando são jogados em seu novo e vazio registro ORCID e deixados para se defenderem sozinhos. O desafio ao procurar melhorar essa experiência é como fornecer assistência a quem precisa e, ao mesmo tempo, ser discreto para quem não precisa.
ORCID ajuda os usuários enquanto eles atualizam seus registros
Temos o prazer de compartilhar que lançamos recentemente a capacidade de fornecer mensagens discretas, ajuda e orientação a novos usuários enquanto eles editam seus registros ORCID. Essas mensagens incluem sinalizar lembretes para tarefas incompletas, destacar novos recursos e benefícios, fornecer ajuda sob demanda, orientação e confirmação ou simplesmente aumentar o envolvimento do usuário “tocando a base” de vez em quando.
Estamos fazendo isso por meio de uma espécie de plataforma chamada In-Product Messaging (IPM), e a empresa com a qual escolhemos trabalhar se chama HelpHero ( helphero.co ). Como a ORCID é uma organização sem fins lucrativos, nossos requisitos eram para um conjunto abrangente de recursos e controles robustos de segurança e privacidade por um custo razoável que nos permitisse alcançar nossos usuários sem desviar preciosos recursos de desenvolvimento da tarefa interminável de fazer o registro ORCID melhor.
Ajudar novos usuários ORCID a adicionar dados úteis, o mais rápido possível
Nosso objetivo com a introdução desta orientação no registro é incentivar novos usuários a adicionar informações verificadas ao seu registro ORCID o mais rápido possível. Especificamente, queremos aumentar o número de novos usuários adicionando dados de afiliação (como onde trabalham ou onde receberam sua educação) e/ou dados de trabalho (como publicações) em seu registro e aumentar o número de novos usuários verificando um ou mais endereços de e-mail – ambos dentro de 30 dias após o registro. Isso ajudará os pesquisadores com capacidade de descoberta e pode fornecer um meio fácil para eles manterem acesso consistente a seus registros, caso seu e-mail profissional mude.
Inicialmente, decidimos segmentar novos usuários do ORCID com um idioma padrão do navegador/SO definido como inglês (EN). Os usuários do idioma inglês representam pouco menos da metade de todos os novos registrantes do ORCID, cerca de 25.000 por semana. Também introduzimos recentemente versões de componentes existentes em espanhol e português brasileiro (o segundo e o terceiro idiomas mais populares no registro).
Melhorando a experiência para novos detentores de registros ORCID
Começamos criando dois tours passo a passo simples que mostram aos novos usuários como adicionar essas informações importantes ao registro ORCID. Para novos usuários, a maneira mais rápida de agregar valor ao registro é adicionar uma afiliação de emprego validada e começar a importar seus trabalhos.
Em construindo seu registro ORCID, disponível também em português, é possível aprender e ensinar rapidamente tudo sobre o registro e a melhor forma de preencher as informações. Há também passeios tais como Adicionar uma afiliação e começar a importar seus trabalhos — foram agrupados em uma lista de verificação “Primeiros passos” que foi lançada em outubro de 2022. A lista de verificação foi exibida para novos usuários que ainda não adicionaram nenhum desses marcadores de confiança a seus registros.
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10/03 – 14h | Live “Desafios e oportunidades da preservação digital do acervo nas bibliotecas”
A preservação do acervo bibliográfico é uma questão vital para garantir o acesso à informação e ao conhecimento para as gerações presentes e futuras. Diante dos avanços tecnológicos e da transformação digital, as bibliotecas enfrentam novos desafios para garantir a preservação e acessibilidade do seu acervo.
Link para inscrições: https://ensinohed.pearson.com.br/live-especial-dia-dos-bibliotecarios
O tema desta Live, “Desafios e oportunidades da preservação digital do acervo nas bibliotecas”, busca discutir as principais questões que envolvem a preservação do acervo bibliográfico em um cenário cada vez mais digital.
Serão abordados temas como:
- A digitalização do acervo;
- A gestão da informação;
- Melhores práticas de preservação do conhecimento;
- Como os bibliotecários podem se preparar para lidar com as mudanças tecnológicas em andamento e futuras em relação à educação híbrida;
- E muito mais.
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Universidades públicas arrecadam livros para bibliotecas prisionais de São Paulo
Campanha de arrecadação de livros feita na USP, Unesp e Unicamp servirá para abastecer acervos bibliográficos de sistemas prisionais, incentivando a cultura da doação. Esta é uma reprodução da matéria originalmente publicada no Jornal da USP de 03 de março de 2023, de autoria de Camilly Rosaboni [1]
A Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais (ABCD) da USP, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), estão organizando uma campanha de arrecadação de livros para destiná-los a acervos prisionais da cidade de São Paulo e do interior paulista.
A partir de uma parceria com a Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), haverá uma análise logística de distribuição, dependendo da quantidade de livros doados. No caso de serem poucas obras recebidas, as bibliotecas as entregarão para uma determinada unidade prisional escolhida pelos organizadores.
Adriana Ferrari, coordenadora executiva da ABCD, explica a importância desta ação nos sistemas prisionais. “Nós buscamos levar qualidade para o acervo bibliográfico prisional, afinal o acesso à leitura também é um direito da pessoa que se encontra na prisão. O potencial da cultura e da leitura é capaz de expandir perspectivas”, afirma Adriana. Além disso, desde 2011, com a alteração na Lei de Execução Penal (LEP), é possível reduzir a pena por meio da quantidade de livros lidos.
As pessoas interessadas em fazer a doação devem se dirigir às bibliotecas que estiverem realizando a coleta nestas universidades participantes da iniciativa. Cada biblioteca poderá optar em aderir ou não à campanha. Portanto, as pessoas interessadas em doar devem conferir previamente se a unidade em questão aceitará o recebimento. Não é necessário pertencer às comunidades acadêmicas para fazer a doação. A campanha é válida durante todo o mês de março, em comemoração ao Mês da Pessoa Bibliotecária.
A campanha também será utilizada para mobilizar mais bibliotecas na arrecadação de livros para os sistemas prisionais. “Nós vamos desmistificar o estereótipo de que bibliotecários são apenas pessoas que organizam livros na prateleira”, brinca Adriana.
“Vamos transformar a sociedade, por meio da leitura, a partir de um olhar cuidadoso que conscientize para a cultura da doação”, complementa ela.
“Para nós, essas campanhas são importantes não apenas para homenagearmos o profissional que atua em nossas bibliotecas, mas também pela sua importância social no estímulo à leitura, além de marcar o retorno das parcerias das bibliotecas do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais (CRUESP)”, afirma Oscar Eliel, diretor do Sistema de Bibliotecas da Unicamp.
A coordenadora da ABCD explica que a campanha se relaciona às metas da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca erradicar a desigualdade no âmbito global. “É um compromisso de toda a sociedade. Para termos um mundo sustentável, não se trata apenas de aspectos ambientais, mas também econômicos e sociais”, observa Adriana.
Serão aceitos livros literários de qualquer temática, desde que sigam os seguintes critérios estabelecidos pelos organizadores da campanha:
- Regrinha de ouro: “só vale livro novo ou em bom estado”;
- Menos é mais: vale mais a pena conseguir títulos atrativos do que uma grande coleção de obras que não estimulem a leitura;
- Nunca incluam nas doações: apostilas, relatórios, livros didáticos, enciclopédias;
- Não valem livros rasurados.
Mais informações: atendimento@abcd.usp.br
== REFERÊNCIA ==
ROSABONI, Camilly. Universidades públicas arrecadam livros para bibliotecas prisionais de São Paulo. Jornal da USP, 03 março 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=612820 Acesso em: 04 março 2023.
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O limiar da biblioteca: o uso da IA que chegou para mudar
Se com o avanço dos acervos digitais a biblioteca, instituição física, foi colocada em xeque, a chegada de serviços que usam robôs com Inteligência Artificial (IA) para auxiliar na busca dos usuários e, até mesmo, fornecer respostas precisas com base em levantamentos em bancos de dados infinitos, a biblioteca como conhecemos, com acervo local, prédio, profissional responsável e usuário, chegou ao seu limiar. Esta é uma reprodução da matéria publicada no Jornal da USP no dia 02 de março de 2023, por Leonardo da Silva de Assis, pesquisador do Laboratório de Cultura, Informação e Sociedade (Lacis) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP [1].
Acreditamos que os profissionais que trabalham com a informação, em especial os bibliotecários, estão atentos às discussões recentes sobre o desenvolvimento de serviços eletrônicos de busca que passaram a incorporar o uso da IA. Estes, capazes de auxiliar nas pesquisas, escrever textos e entregar respostas prontas ao grande público. Surgiram os serviços ChatGPT (financiado por Elon Musk), o Bard (Serviço do Google) e o recém-implementado serviço do Bing (Microsoft).
A pergunta que surge: qual o impacto dessas tecnologias para as bibliotecas? O questionamento é amplo porque tal cenário impacta essas instituições de modos diferentes. Para exemplificar, vamos tratar de alguns pontos em dois segmentos: das bibliotecas universitárias e das bibliotecas públicas.
O primeiro: da biblioteca universitária. O recente impacto sentido está na academia e na produção de textos. Seguindo a proposta do ciclo de produção científica, uma pesquisa acontece partindo de uma inquietação, passa pelo uso de um referencial teórico construído por pares e, por fim, é elaborado um pensamento crítico que retorna ao ciclo. Nesse caso, onde está o momento que o pesquisador faz contato com um serviço de busca ou formulação de respostas que utilize uma IA? No momento da busca? Ou no momento de formulação do seu pensamento crítico que resulta em uma nova produção científica? A identificação desse cenário se coloca como um desafio a atender. Atrelado a isso, as bibliotecas universitárias passarão a incorporar em seus acervos registros de produção acadêmica gerados por máquinas. Os bibliotecários não têm a competência, nem é seu trabalho, fiscalizar os conteúdos das obras. Então, será cada vez mais necessária uma análise prévia e criteriosa das bancas avaliadoras para que tais textos possam ser divulgados e que de fato sejam contribuições originais à comunidade científica.
Outro ponto que nos chama a atenção ainda no ambiente da biblioteca universitária (que pode ser expandido para outros setores): o da indexação. A precisão na indexação para identificar os temas e assuntos relacionados às obras é uma das tarefas no qual a análise de conteúdo passa pelo trabalho de um profissional qualificado, que se utiliza de ferramentas como, por exemplo, os vocabulários controlados. É sabido que é possível identificar, por meio de softwares, os termos relevantes que caracterizam uma obra pela quantidade de vezes que eles aparecem nos textos. No entanto, essa tarefa ainda é realizada com maior qualidade quando passa pelo crivo de um ser humano. Nesse caso da indexação, a pergunta que surge: como esse trabalho pode ser realizado em conjunto com a IA? Num exercício de reflexão de uso dessa tecnologia, um sistema com IA pode identificar que um documento possui relações de conteúdo que vão muito além daquelas que foram selecionadas por um profissional e definidos por uma instituição. Além disso, uma IA pode realizar uma indexação orgânica, que ao longo da utilização do documento por diferentes pessoas identifique outras relações e, portanto, apresente novas formas de identificação do conteúdo. Com isso, possibilite de forma autônoma alterar a indexação de uma determinada obra, sem a necessidade da interferência de um profissional.
O segundo seguimento: as bibliotecas públicas. Tal setor é o mais complexo de se pensar quando da ascensão dos sistemas de IA. A principal questão está no fato de que o uso de ferramentas de IA para consulta e encontro de respostas, a chamada “necessidade de informação do usuário”, faz com que a biblioteca pública se afunde num abismo de irrelevância para a sociedade.
Tendo em vista o cenário atual, com a chegada dos computadores, o desenvolvimento da internet e, por fim, dos acervos digitalizados, é praticamente desnecessário ir até uma biblioteca pública para pesquisar sobre determinado assunto. Salvo em casos em que uma obra está esgotada e se encontra apenas em determinado acervo. Em visita recente, janeiro de 2023, à Biblioteca Estadual Parque Villa-Lobos, em São Paulo, instituição modelo no processo de desenvolvimento de serviços que estejam coesos com o público frequentador, é clara observação do mapa de localização dos usuários. O acervo em papel e outras mídias, além das sessões para pessoas com deficiência, encontra-se sem ou com poucos usuários. Enquanto isso, os espaços para uso dos computadores com acesso à internet, a sala de games (cabe destaque a essa inovação) e, até mesmo, o espaço disponibilizado pelo governo do Estado de São Paulo para coworking com uso intenso.
O que estamos vendo é um caminho sem volta no que diz respeito à necessidade de consulta de um acervo físico ou digital de uma biblioteca pública. Parafraseando o professor Luis Milanesi, que na obra O Paraíso via Embratel (1973) indica que houve no Brasil uma transição da população analfabeta para o consumo dos produtos oferecidos pela TV, sem passar pela biblioteca e a leitura, estamos prevendo agora um público que migrará de uma fase de contato dos acervos digitalizados para o uso de serviços de respostas baseados em inteligências artificiais. Com isso, a formulação do pensamento crítico do indivíduo, a sua inquietação pela descoberta, a necessidade de investigação desse universo físico (acervo do passado) ou digital que se afronta aos nossos olhos passa a ser simplificado por serviços formuladores de respostas prontas.
O que cabe às bibliotecas nesse cenário? Novamente, cada seguimento específico deverá tratar as respostas para os seus problemas. O que podemos identificar em comum é a necessidade de que profissionais busquem formas de trabalhar com seus públicos de modo a instigar a capacidade de investigação e o uso dos recursos disponibilizados em cada instituição. De fato, o cenário complexo está para a biblioteca pública. Esta, que já passa por uma crise há anos por causa da fuga de público e, agora, com a realidade premente da compra e disponibilização de acervos digitalizados, que coloca fim à necessidade de ir ao local da biblioteca para consulta. O que vemos é que a biblioteca pública necessita estar atenta às demandas que surgirão com os desenvolvimentos dos serviços com uso das inteligências artificiais. Ela deverá propor ações que sejam inovadoras e que instiguem no seu público a formulação do pensamento que passa pela construção coletiva dos indivíduos.
Por fim, agora em um olhar amplo para os diferentes segmentos de bibliotecas, vemos que esses serviços com o uso das IA, em especial os de chatbot, farão o papel do bibliotecário de referência nessas instituições: o profissional responsável por identificar os problemas de pesquisa dos seus usuários e propor estratégias de busca baseadas nas necessidades de cada um. Tal atividade se tornou fundamental após o desenvolvimento dos sistemas computadorizados. Tarefa das mais complexas, a se pensar que cada indivíduo apresenta necessidades de pesquisa distintas e que os acervos ganharam uma proporção infinita com os conteúdos digitalizados. Como sugestão aos pesquisadores da área das bibliotecas, com destaque para os serviços de referência, fica a proposta de se criar um ChatBot, ou serviço com o uso da IA, que indique as respostas de uma necessidade de pesquisa dos sujeitos e que, ao mesmo tempo, consiga traçar estratégias de uso do acervo da instituição (físico e digital). Ou seja, quais obras, autores e textos compõem aquela pesquisa. Ainda, indicar materiais que possam estar relacionados àquela necessidade de busca. Com isso, haveria uma otimização do trabalho realizado pela instituição na questão profissional e de acervo.
O que fica de alerta em todo esse momento da criação de serviços de busca e formuladores de respostas com o uso da IA, segue a proposta levantada pelo Professor Emérito Teixeira Coelho (in memoriam) (Folha de S. Paulo, 2 de dezembro de 2019), de que a IA é uma construção humana. O que podemos indicar é que se coloca à frente para as bibliotecas, bem como para os profissionais que atuam nessas instituições dos diferentes segmentos, um desafio grande da incorporação de serviços que façam uso da IA. Além disso, saber qual será o papel de cada instituição nesse novo cenário, onde a interação dos indivíduos com as instituições passa a ser cada vez mais nula.
(As opiniões expressas nos artigos publicados no Jornal da USP são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem opiniões do veículo nem posições institucionais da Universidade de São Paulo. Acesse aqui nossos parâmetros editoriais para artigos de opinião.)
[1] ASSIS, Leonardo da Silva de. O limiar da biblioteca: o uso da IA que chegou para mudar. Jornal da USP, 02 março 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=612744 Acesso em: 03 março 2023.